quarta-feira, 25 de julho de 2018

Depois do Chile, o Equador...



Um Brasileirão tranquilo e a América como meta, é o que pede o blog, ainda, neste ano em que celebramos os 20 anos da nossa Libertadores, exatamente no mesmo Equador do jogo de hoje, e os 70 anos do Sul Americano ignorados de novo pelo narrador de Vasco x Grêmio, que exaltava os dois times antes do jogo, dizendo que estavam em campo quatro títulos continentais, três do Grêmio e um, só, do Vasco.

Não há mesmo outro país que se iguale ao Chile para nosotros, vascaínos. Seis jogos lá pelo Sulamericano de 48, nenhuma derrota e a taça, o primeiro título continental de clubes da história, lendário. Depois mais quatro jogos pela Libertadores, sempre mata-mata, com um empate no último minuto e vitória nos pênaltis contra o Colo Colo em 90, no mesmo, sagrado estádio Nacional de Santiago, mais duas vitórias contra o Deportes, nas oitavas de 2001, e o Universidad Concepción agora, abrindo os caminhos da trajetória internacional do Vasco neste 2018 que continua, hoje, em outro país que, se não é o Chile, é o querido, inesquecível cenário da foto acima, onde nosso gran capitán Mauro Galvão gritou o Casaca embaixo da Taça Libertadores da América, isso não só no ano, nem no mês, mas na semana do Centenário.

No Equador o Vasco jogou, oficialmente, duas vezes. Nessa final inesquecível, vitória de 2 a 1 sobre o Barcelona de Guaiaquil, e dois anos antes pela Copa Conmebol, na mesma cidade, no outro estádio, contra o outro grande time de lá e venceu também, 2 a 0 no Emelec, o que garantiu a classificação mesmo com a derrota em São Januário na volta, por 1 a 0. O Vasco só foi eliminado na semifinal daquela Copa Conmebol de 1996 em Bogotá, nos pênaltis, pelo Independiente de Santa Fé, que perderia a final para o Lanús, da Argentina, e pode muito bem cruzar nosso caminho agora, quem sabe, pra revanche, e é nisso que reside a maior graça desta Copa Sul Americana relegada ao último posto das prioridades dos especialistas, mas que para o Vasco, talvez até por isso, mas também, e muito mais, pelo contexto histórico, para o Vasco deveria, na opinião deste blog, ser considerada a prioridade das prioridades a partir de agora.

O confronto com clubes tradicionais de outros países, a chance de reafirmar a camisa da cruz e da faixa em diagonal, preta ou branca, lá fora, de lembrar quem foi o primeiro de todos os campeões do continente, nos 70 anos, exatos, desta conquista, tudo isso nos permite a Copa Sul Americana, fora a possibilidade de acertar contas com rivais de respeito, como a La U chilena, que nos eliminou na semifinal pra ser campeã em nossa última e melhor participação no torneio, em 2011, e em quem este ano, na Liberta ainda, pudemos devolver o placar no mesmo sagrado estádio Nacional de Santiago, num mata-mata, na prática, pra ver qual dos dois, Vasco ou La U, seguiria disputando, este ano, uma taça continental.

Seguimos nosotros, e quiseram os deuses da Bola que, depois de iniciar e concluir a trajetória na Libertadores exatamente no Chile, o Vasco começasse a Sula, justamente, no Equador. A parada agora, porém, não é em Guaiaquil, mas em Quito, e contra o único time equatoriano campeão da Libertadores, em 2008, e também da Sul Americana, no ano seguinte, pra desespero e tristeza eternas de nossos delicados fregueses das Laranjeiras, vices deles nas duas vezes. Só o fato de ser o primeiro confronto da história entre Vasco e LDU justifica a importância desta partida, até porque no Brasileirão da CBF estamos relativamente tranquilos, depois de uma volta da Copa até aqui invicta, com boas partidas, consistentes, ainda que nossa mídia querida continue a dar destaque inigualável ao ratão que muy suspeitamente adentrou no gramado de São Januário durante Vasco x Bahia, além de colocar em dúvida até a autoria do golaço de Andrés Ríos, originalíssimo, que o jornal espanhol As elegeu como candidato favoritaço ao Prêmio Puskas, mas que aqui, pra nossa mídia nativa, foi, com toda a certeza, sem querer.

O Vasco, graças a Pikachu, já tinha garantido os três pontos obrigatórios contra o Paraná em São Januário. Depois, com um golaço de Andrey, empatou com o Cruzeiro em pleno Mineirão e antes da Copa conseguiu a vitória na raça em casa, no finalzinho, contra o Sport. Agora, na volta, deixou o Fluminense empatar também no fim, também em São Januário, mas três dias depois fez 1 a 0 com o tal gol de placa, pirueta carpada de costas ou coisa parecida do Ríos, logo aos dois minutos de jogo. Henrique foi expulso lá pelos trinta do primeiro tempo e a torcida viu o time segurar a vitória com um a menos contra o Grêmio campeão da Libertadores, isso durante mais de setenta minutos, porque o juizão, padrão CBF, resolveu dar sete minutos de desconto.

Vitória na raça, no nosso estádio, que inflama para o resto do campeonato, sim, mas pra título, nos pontos corridos e com o queridinho da mídia liderando o campeonato, sabemos que é muito, muito difícil. No atual certame, mesmo, já fomos prejudicados num jogo fundamental, quando jogamos melhor e teríamos vencido o Flamengo por 1 a 0, no mínimo, se fossem aplicadas as regras do esporte em toda a partida. Mas era Vasco e Flamengo, então eles tiveram a ajudinha de sempre e abriram o placar num gol com impedimento.

O que era pra ser vitória do Vasco virou empate e por esse tipo de coisa, recorrente, é que devemos concentrar esforços na busca pela Copa Sul Americana, na torcida pra não cruzarmos com times e, principalmente, árbitros brasileiros ao longo do campeonato, se assim quiserem os deuses da Bola. Um Brasileirão tranquilo e a América como meta, é o que pede o blog, ainda, neste ano em que celebramos os 20 anos da nossa Libertadores, exatamente no mesmo Equador do jogo de hoje, e os 70 anos do Sul Americano ignorados de novo pelo narrador de Vasco x Grêmio, que exaltava os dois times antes do jogo, dizendo que estavam em campo quatro títulos continentais, três do Grêmio e um, só, do Vasco.

Se a mídia finge que não existe, cabe ao Vasco, mais do que ninguém, lembrar da história. E quanto a isso não há como não elogiar a simples e bela maquiagem, patrocinada pela Brahma, em volta de nosso Caldeirão sagrado. Ficou bem bonito, um diferencial e tanto em relação às arenas padrão-Fifa, padronizadinhas, iguaizinhas, sem alma, sem falar no marketing diário, ininterrupto, da visão de quem vai ou volta pela Linha Vermelha, que agora, em vez do concreto carcomido, camuflado no emaranhado de prédios e no casario, pode ver logo, de longe, onde é a casa do Vasco, e de quebra reverenciar sua história com imagens de alguns dos nossos ídolos.

São Januário não pode virar arena, nunca, não com seus mais de 90 anos. São Januário, assim como o Vasco, tem História, e se a diretoria fez bem em reverenciá-la, ao adotar essa ótima ideia, embelezando nosso estádio, hoje, em nosso primeiro confronto com um grande do Equador, campeão da América, mais do que nunca é o momento para o time, em campo, manter a tradição internacional vascaína trazendo de volta do querido Equador, no mínimo, a chance de decidir o confronto em casa, cercado por nossos ídolos, nossa História.

O Vasco, a imprensa e um blog no meio

Vassalo de nobrezas perdidas, a valorizar vitrais e troféus por bom comportamento, entregues por príncipes em nome da fidalguia, o Flum...