Um Brasileirão tranquilo e a América como meta, é o que pede o blog, ainda, neste ano em que celebramos os 20 anos da nossa Libertadores, exatamente no mesmo Equador do jogo de hoje, e os 70 anos do Sul Americano ignorados de novo pelo narrador de Vasco x Grêmio, que exaltava os dois times antes do jogo, dizendo que estavam em campo quatro títulos continentais, três do Grêmio e um, só, do Vasco.
Não há
mesmo outro país que se iguale ao Chile para nosotros, vascaínos. Seis jogos lá
pelo Sulamericano de 48, nenhuma derrota e a taça, o primeiro título
continental de clubes da história, lendário. Depois mais quatro jogos pela
Libertadores, sempre mata-mata, com um empate no último minuto e vitória nos
pênaltis contra o Colo Colo em 90, no mesmo, sagrado estádio Nacional de
Santiago, mais duas vitórias contra o Deportes, nas oitavas de 2001, e o
Universidad Concepción agora, abrindo os caminhos da trajetória internacional
do Vasco neste 2018 que continua, hoje, em outro país que, se não é o Chile, é
o querido, inesquecível cenário da foto acima, onde nosso gran capitán Mauro
Galvão gritou o Casaca embaixo da Taça Libertadores da América, isso não só no
ano, nem no mês, mas na semana do Centenário.
No Equador
o Vasco jogou, oficialmente, duas vezes. Nessa final inesquecível, vitória de 2
a 1 sobre o Barcelona de Guaiaquil, e dois anos antes pela Copa Conmebol, na
mesma cidade, no outro estádio, contra o outro grande time de lá e venceu
também, 2 a 0 no Emelec, o que garantiu a classificação mesmo com a derrota em
São Januário na volta, por 1 a 0. O Vasco só foi eliminado na semifinal daquela
Copa Conmebol de 1996 em Bogotá, nos pênaltis, pelo Independiente de Santa Fé,
que perderia a final para o Lanús, da Argentina, e pode muito bem cruzar nosso
caminho agora, quem sabe, pra revanche, e é nisso que reside a maior graça desta
Copa Sul Americana relegada ao último posto das prioridades dos especialistas,
mas que para o Vasco, talvez até por isso, mas também, e muito mais, pelo contexto
histórico, para o Vasco deveria, na opinião deste blog, ser considerada a
prioridade das prioridades a partir de agora.
O confronto
com clubes tradicionais de outros países, a chance de reafirmar a camisa da
cruz e da faixa em diagonal, preta ou branca, lá fora, de lembrar quem foi o
primeiro de todos os campeões do continente, nos 70 anos, exatos, desta
conquista, tudo isso nos permite a Copa Sul Americana, fora a possibilidade de
acertar contas com rivais de respeito, como a La U chilena, que nos eliminou na
semifinal pra ser campeã em nossa última e melhor participação no torneio, em
2011, e em quem este ano, na Liberta ainda, pudemos devolver o placar no mesmo
sagrado estádio Nacional de Santiago, num mata-mata, na prática, pra ver qual
dos dois, Vasco ou La U, seguiria disputando, este ano, uma taça continental.
Seguimos
nosotros, e quiseram os deuses da Bola que, depois de iniciar e concluir a
trajetória na Libertadores exatamente no Chile, o Vasco começasse a Sula,
justamente, no Equador. A parada agora, porém, não é em Guaiaquil, mas em
Quito, e contra o único time equatoriano campeão da Libertadores, em 2008, e
também da Sul Americana, no ano seguinte, pra desespero e tristeza eternas de
nossos delicados fregueses das Laranjeiras, vices deles nas duas vezes. Só o
fato de ser o primeiro confronto da história entre Vasco e LDU justifica a
importância desta partida, até porque no Brasileirão da CBF estamos
relativamente tranquilos, depois de uma volta da Copa até aqui invicta, com
boas partidas, consistentes, ainda que nossa mídia querida continue a dar
destaque inigualável ao ratão que muy suspeitamente adentrou no gramado de São
Januário durante Vasco x Bahia, além de colocar em dúvida até a autoria do
golaço de Andrés Ríos, originalíssimo, que o jornal espanhol As elegeu como
candidato favoritaço ao Prêmio Puskas, mas que aqui, pra nossa mídia nativa,
foi, com toda a certeza, sem querer.
O Vasco,
graças a Pikachu, já tinha garantido os três pontos obrigatórios contra o
Paraná em São Januário. Depois, com um golaço de Andrey, empatou com o Cruzeiro
em pleno Mineirão e antes da Copa conseguiu a vitória na raça em casa, no
finalzinho, contra o Sport. Agora, na volta, deixou o Fluminense empatar também
no fim, também em São Januário, mas três dias depois fez 1 a 0 com o tal gol de
placa, pirueta carpada de costas ou coisa parecida do Ríos, logo aos dois
minutos de jogo. Henrique foi expulso lá pelos trinta do primeiro tempo e a
torcida viu o time segurar a vitória com um a menos contra o Grêmio campeão da
Libertadores, isso durante mais de setenta minutos, porque o juizão, padrão
CBF, resolveu dar sete minutos de desconto.
Vitória na
raça, no nosso estádio, que inflama para o resto do campeonato, sim, mas pra
título, nos pontos corridos e com o queridinho da mídia liderando o campeonato,
sabemos que é muito, muito difícil. No atual certame, mesmo, já fomos
prejudicados num jogo fundamental, quando jogamos melhor e teríamos vencido o
Flamengo por 1 a 0, no mínimo, se fossem aplicadas as regras do esporte em toda
a partida. Mas era Vasco e Flamengo, então eles tiveram a ajudinha de sempre e
abriram o placar num gol com impedimento.
O que era
pra ser vitória do Vasco virou empate e por esse tipo de coisa, recorrente, é
que devemos concentrar esforços na busca pela Copa Sul Americana, na torcida
pra não cruzarmos com times e, principalmente, árbitros brasileiros ao longo do
campeonato, se assim quiserem os deuses da Bola. Um Brasileirão tranquilo e a
América como meta, é o que pede o blog, ainda, neste ano em que celebramos os
20 anos da nossa Libertadores, exatamente no mesmo Equador do jogo de hoje, e os 70 anos do Sul
Americano ignorados de novo pelo narrador de Vasco x Grêmio, que exaltava os
dois times antes do jogo, dizendo que estavam em campo quatro títulos
continentais, três do Grêmio e um, só, do Vasco.
Se a mídia
finge que não existe, cabe ao Vasco, mais do que ninguém, lembrar da história.
E quanto a isso não há como não elogiar a simples e bela maquiagem, patrocinada
pela Brahma, em volta de nosso Caldeirão sagrado. Ficou bem bonito, um
diferencial e tanto em relação às arenas padrão-Fifa, padronizadinhas,
iguaizinhas, sem alma, sem falar no marketing diário, ininterrupto, da visão de
quem vai ou volta pela Linha Vermelha, que agora, em vez do concreto carcomido,
camuflado no emaranhado de prédios e no casario, pode ver logo, de longe, onde
é a casa do Vasco, e de quebra reverenciar sua história com imagens de alguns
dos nossos ídolos.
São
Januário não pode virar arena, nunca, não com seus mais de 90 anos. São
Januário, assim como o Vasco, tem História, e se a diretoria fez bem em
reverenciá-la, ao adotar essa ótima ideia, embelezando nosso estádio, hoje, em
nosso primeiro confronto com um grande do Equador, campeão da América, mais do
que nunca é o momento para o time, em campo, manter a tradição internacional
vascaína trazendo de volta do querido Equador, no mínimo, a chance de decidir o
confronto em casa, cercado por nossos ídolos, nossa História.