Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco
Martin Silva deu mais uma aula da escola uruguaia, de técnica, frieza e segurança, enquanto a flapress, desesperada com o drama no gol do time dela, nem percebeu ainda o quão perto o Vasco está não da pré-Libertadores, mas da fase de grupos, aquela mesma da qual o rubro-negro da Gávea não consegue passar há três edições seguidas, fora a lanterninha de 2002, quarto de quadrangular.
Esqueçam,
por favor, qualquer possibilidade de cronograma rotineiro de postagens neste
blog. Não dá, não assim só no amor, em trabalho não remunerado. Haverá
postagens por aqui quando der, ou quando o autor quiser, e como não querer
depois de uma rodada dessas? Paulão é rei, e Nenê não jogou nada, mas deu o
chute que gerou o escanteio, e bateu o córner na cabeça do zagueiro que subiu
como Odvan, Perea, Sol Campbell ou Basile Boli, pra meter no canto do goleiro
reserva do Cruzeiro, embaixo.
Henrique
salvou em cima da linha, Anderson Martins deu show na zaga, até Jean entrou
muito bem, tirando muitas bolas, assim como Wagner, que meteu o peito pra
salvar uma dentro da área, surpreendendo pela raça. E debaixo da trave, Martin
Silva deu mais uma aula da escola uruguaia, de técnica, frieza e segurança,
enquanto a flapress, desesperada com o drama no gol do time dela, nem percebeu
ainda o quão perto o Vasco está não da pré-Libertadores, mas da fase de grupos,
aquela mesma da qual o rubro-negro da Gávea não consegue passar há três edições
seguidas, fora a lanterninha de 2002, quarto de quadrangular.
Primeiramente,
depois do Fora Temer, todo o poder e a sorte ao Grêmio de Renato, que tem a
responsabilidade de não deixar que se macule mais ainda a magia e o status da
Libertadores, já conquistada por duas vezes por clubes que nunca estiveram à
altura da Taça. A primeira delas foi em 1981, quando o maior pagador de micos
da competição foi, vejam só, campeão, com a ajuda circense, espalhafatosa, da arbitragem.
A outra foi em 2004, com o limitado e retranqueiro Once Caldas, da Colômbia, e
não falo do Argentinos Juniors de 1985 porque, afinal de contas, esse clube
revelou Diego Armando Maradona.
O Lanús já
foi campeão da Copa Conmebol de 96 e da Sulamericana de 2013. Ganhou também
dois campeonatos argentinos e nos deu trabalho em dois mata-matas, embora tenha
sido eliminado em ambos. O primeiro deles foi na Sulamericana de 2007, com o
traíra do Leandro Amaral fazendo dois, o terceiro no último minuto, depois do
segundo, de Wagner Diniz. Três a zero em São Januário revertendo a derrota de 0
a 2 em La Fortaleza. E depois decidimos na complicada casa deles, onde perdemos
de novo, na Libertadores de 2012, dessa vez pelo mesmo placar da ida, que teve gol de placa de Diego Souza. A classificação
foi para os pênaltis, quando provamos, como se precisasse, ter mais camisa, com
gol até do mais simpático de nossos zagueiros, o grande D2, Renato Silva.
Com todo o
respeito, portanto, é preciso dizer que se o Lanús ganhar a Libertadores, será
pior para a Taça. A torcida pelo Grêmio já seria natural, até porque o Uruguai
tem um penta e um tri, a Argentina tem um hepta, um hexa, um tetra e um
tricampeão, o Olimpia do Paraguai também ganhou três vezes e o Brasil, que não
tem nem um tetra, precisa pelo menos de um tri que não seja de São Paulo.
Agora, diante das circunstâncias, a torcida pelo tricolor gaúcho é quase
apaixonada. A pé não iremos, porque já seria demais, mas estaremos com o Grêmio
hoje, para o que der e vier.
E se o
Grêmio for campeão, bastará ao Vasco, caso vença a Ponte Preta rebaixada no
caldeirão de São Januário, bastará apenas que o Flamengo não vença o Vitória no
Barradão, com o dono da casa jogando a vida pra vencer e se manter na primeira
divisão, bastará só isso pra que entremos direto na fase de grupos da
Libertadores, o que seria bem mais digno de um clube campeão dela no
Centenário, e que antes mesmo da existência da Taça, já era campeão
sulamericano, contra o maior time da história da Argentina, o River Plate de Di
Stéfano, Labruna e cia, aos pés da Cordilheira dos Andes, num Estádio Nacional
do Chile lotado.
Mas o que
importa é ganhar da Ponte Preta, do nosso eterno capitão Rodrigo, grande
Rodrigo, que com um dedo só desanimou todo o time deles. É só fazer jus à
história do Vasco, que nunca teve o hábito de dar mole em situações como essa, que
jamais perdeu uma final para o São Caetano, nem para o Santo André e nem para o
glorioso, inesquecível Paulista de Jundiaí, único time a ter a honra e a glória
de levantar a Copa do Brasil em nosso templo sagrado, às custas do velho
freguês das Laranjeiras.
É só não
brincar, não menosprezar, botar a faca no dente com todo o respeito à Macaca,
dona, junto com o Mixto de Cuiabá, da segunda mais bonita camisa do Brasil. É
só ganhar em casa pra deixar a Libertadores, no mínimo, bem perto, a dois
mata-matas de distância, para o espanto contrariado dos especialistas que
previam rebaixamento. Que o grito ao final do jogo do próximo domingo, no
Caldeirão lotado, fervendo, seja aquele de 2006, quando ficamos a um travessão
da vaga, que o grito de ‘ôôô, Libertadores Vascôôô’ seja uníssono, de dezenove,
vinte mil torcedores juntos, todos felizes em saber que a vaga pra Taça mais
desejada das Américas está logo ali, no caminho do Tri.