quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A Libertadores é logo ali, no rumo do tri

Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco

Martin Silva deu mais uma aula da escola uruguaia, de técnica, frieza e segurança, enquanto a flapress, desesperada com o drama no gol do time dela, nem percebeu ainda o quão perto o Vasco está não da pré-Libertadores, mas da fase de grupos, aquela mesma da qual o rubro-negro da Gávea não consegue passar há três edições seguidas, fora a lanterninha de 2002, quarto de quadrangular.

Esqueçam, por favor, qualquer possibilidade de cronograma rotineiro de postagens neste blog. Não dá, não assim só no amor, em trabalho não remunerado. Haverá postagens por aqui quando der, ou quando o autor quiser, e como não querer depois de uma rodada dessas? Paulão é rei, e Nenê não jogou nada, mas deu o chute que gerou o escanteio, e bateu o córner na cabeça do zagueiro que subiu como Odvan, Perea, Sol Campbell ou Basile Boli, pra meter no canto do goleiro reserva do Cruzeiro, embaixo.

Henrique salvou em cima da linha, Anderson Martins deu show na zaga, até Jean entrou muito bem, tirando muitas bolas, assim como Wagner, que meteu o peito pra salvar uma dentro da área, surpreendendo pela raça. E debaixo da trave, Martin Silva deu mais uma aula da escola uruguaia, de técnica, frieza e segurança, enquanto a flapress, desesperada com o drama no gol do time dela, nem percebeu ainda o quão perto o Vasco está não da pré-Libertadores, mas da fase de grupos, aquela mesma da qual o rubro-negro da Gávea não consegue passar há três edições seguidas, fora a lanterninha de 2002, quarto de quadrangular.

Primeiramente, depois do Fora Temer, todo o poder e a sorte ao Grêmio de Renato, que tem a responsabilidade de não deixar que se macule mais ainda a magia e o status da Libertadores, já conquistada por duas vezes por clubes que nunca estiveram à altura da Taça. A primeira delas foi em 1981, quando o maior pagador de micos da competição foi, vejam só, campeão, com a ajuda circense, espalhafatosa, da arbitragem. A outra foi em 2004, com o limitado e retranqueiro Once Caldas, da Colômbia, e não falo do Argentinos Juniors de 1985 porque, afinal de contas, esse clube revelou Diego Armando Maradona.

O Lanús já foi campeão da Copa Conmebol de 96 e da Sulamericana de 2013. Ganhou também dois campeonatos argentinos e nos deu trabalho em dois mata-matas, embora tenha sido eliminado em ambos. O primeiro deles foi na Sulamericana de 2007, com o traíra do Leandro Amaral fazendo dois, o terceiro no último minuto, depois do segundo, de Wagner Diniz. Três a zero em São Januário revertendo a derrota de 0 a 2 em La Fortaleza. E depois decidimos na complicada casa deles, onde perdemos de novo, na Libertadores de 2012, dessa vez pelo mesmo placar da ida, que teve gol de placa de Diego Souza. A classificação foi para os pênaltis, quando provamos, como se precisasse, ter mais camisa, com gol até do mais simpático de nossos zagueiros, o grande D2, Renato Silva.

Com todo o respeito, portanto, é preciso dizer que se o Lanús ganhar a Libertadores, será pior para a Taça. A torcida pelo Grêmio já seria natural, até porque o Uruguai tem um penta e um tri, a Argentina tem um hepta, um hexa, um tetra e um tricampeão, o Olimpia do Paraguai também ganhou três vezes e o Brasil, que não tem nem um tetra, precisa pelo menos de um tri que não seja de São Paulo. Agora, diante das circunstâncias, a torcida pelo tricolor gaúcho é quase apaixonada. A pé não iremos, porque já seria demais, mas estaremos com o Grêmio hoje, para o que der e vier.

E se o Grêmio for campeão, bastará ao Vasco, caso vença a Ponte Preta rebaixada no caldeirão de São Januário, bastará apenas que o Flamengo não vença o Vitória no Barradão, com o dono da casa jogando a vida pra vencer e se manter na primeira divisão, bastará só isso pra que entremos direto na fase de grupos da Libertadores, o que seria bem mais digno de um clube campeão dela no Centenário, e que antes mesmo da existência da Taça, já era campeão sulamericano, contra o maior time da história da Argentina, o River Plate de Di Stéfano, Labruna e cia, aos pés da Cordilheira dos Andes, num Estádio Nacional do Chile lotado.

Mas o que importa é ganhar da Ponte Preta, do nosso eterno capitão Rodrigo, grande Rodrigo, que com um dedo só desanimou todo o time deles. É só fazer jus à história do Vasco, que nunca teve o hábito de dar mole em situações como essa, que jamais perdeu uma final para o São Caetano, nem para o Santo André e nem para o glorioso, inesquecível Paulista de Jundiaí, único time a ter a honra e a glória de levantar a Copa do Brasil em nosso templo sagrado, às custas do velho freguês das Laranjeiras.

É só não brincar, não menosprezar, botar a faca no dente com todo o respeito à Macaca, dona, junto com o Mixto de Cuiabá, da segunda mais bonita camisa do Brasil. É só ganhar em casa pra deixar a Libertadores, no mínimo, bem perto, a dois mata-matas de distância, para o espanto contrariado dos especialistas que previam rebaixamento. Que o grito ao final do jogo do próximo domingo, no Caldeirão lotado, fervendo, seja aquele de 2006, quando ficamos a um travessão da vaga, que o grito de ‘ôôô, Libertadores Vascôôô’ seja uníssono, de dezenove, vinte mil torcedores juntos, todos felizes em saber que a vaga pra Taça mais desejada das Américas está logo ali, no caminho do Tri.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A mesma gente, o mesmo golpe, a mesma mídia apoiando


A mídia já exibiu um perito afirmando que uma bolinha de papel podia matar, usou o “especialista” pra gritar isso no Jornal Nacional, ao vivo, sendo seguido por jornais e revistas. Agora, a mídia arrumou um matemático pra falar que é menor do que ganhar na loteria a chance de uma urna com sócios escolhidos a dedo pela oposição, cujos votos a oposição quer anular porque sabe que são maciçamente da situação, é mais fácil acertar quinas ou senas do que 90% dos votos dessa urna serem, ora pois, do presidente Eurico Miranda, diz o especialista da vez, a encaixar sua tese nos mais sinceros desejos do jornal da entrevista, que com a mesma profundidade de escarradeira de dentista repete a tese em caixa altíssima, na capa, e outros jornais botam isso também na primeira página, e é nesse nível de imbecilidade coletiva, abalizada por um tal matemático, que se dá o “debate jornalístico” sobre quem deve presidir o Vasco.

Esse texto está sendo escrito em meio à mudança da família, necessária, trabalhosa, que ainda não terminou tendo mobilizado, já, um caminhão e dois fretes entre Botafogo, Ramos, Jardim Botânico e aquele bairro que tem o nome do time que este ano foi vice da Copa do Brasil adulta e da Copa do Brasil Sub 20, coisa inédita. A mudança continua, agora só de carro mesmo, e junto tem a saúde da mãe demandando mais presença e as desculpas estão dadas, espero, pela quebra na rotina de publicações deste blog tão disciplinado quanto um surfista amador californiano.

Não deu pra escrever o texto do erro de arbitragem prejudicando o Vasco contra o Vitória, que seria o gol legal anulado de El Demolidor Tenório no Brasileiro de 2013, quando o Vitória vencia por 1 a 0 no Barradão. O juiz, por acaso, era o mesmo do domingo retrasado, quando o rubro-negro baiano se disfarçou de Barcelona e ficou encurralando o Vasco o jogo todo, dentro do Maracanã, até o mais que esperado gol do André Lima.

Também não foi possível falar dos dois erros da arbitragem no mesmo jogo contra o Santos, na mesma Vila Belmiro, incluídos no pacotão do apito contra o Vasco do Brasileiro de 2011 que, além de dar o título ao segundo maior beneficiado da história, ajudou a colocar o maior dos beneficiados mais uma vez na Libertadores, pra mais um vexame dos mais engraçados, como já foi dito no texto anterior. O gol anulado de Diego Souza por ele ter roçado no marcador ao subir pra cabecear e o pênalti do braço de Durval desviando o cruzamento dentro da área foram ofuscados, da mesma forma que a vitória estupenda de quarta-feira, de virada, com dois golaços, um da revelação, outro do craque, na mesma Vila Belmiro onde até de cinco o Vasco já ganhou, mas não ganhava desde o show do inconstante Moraes em 2006.

Não há outro assunto sobre o Vasco para a mídia em geral que não se refira às eleições da última terça-feira, que remetem, aliás, ao ano da penúltima vitória sobre o Santos na Vila. Foi nas eleições de 2006 que a mídia entrou de sola, de mãos dadas ao Judiciário cabralino, submisso ao governador da época, hoje preso, mas preso só depois de se reeleger e eleger seu sucessor, sob o beneplácito dessa mesma mídia hoje tão combativa, que não se cansa de mostrar, só agora, o quanto roubou a trupe do ex-governador.

A estratégia de 2006 foi a mesma que está sendo usada agora, a da urna suspeita, e disso o blog aqui, modéstia à parte, pode falar de carteirinha, pode rebater de voleio, de primeira, direto pras cestas do lixo jornalístico as mentiras, as informações desbaratadas, as denúncias e ofensas sem provas dos especialistas que só ouvem um lado, ignorando uma regra aprendida no primeiro ou segundo dia de aula em qualquer curso de jornalismo, desde quando o diploma algo valia.

Por força do acaso, o autor destas linhas esteve no centro da patacoada de denúncias sem provas que marcou a história recente das eleições no Vasco, desde o golpe jurídico-midiático de 2008, dado nos tribunais da quadrilha do guardanapo. Isso porque quem deu de presente a condição de sócio proprietário bronze no colégio ainda, aos dezesseis anos, foi uma tia-avó querida, que comprou o título no táxi, do próprio taxista que a transportava e queria passar adiante as parcelas restantes pra quitar o título, isso em 1988, ano do gol do xará, Luis Edmundo Lucas Cocada.

Um problema na mudança de nome do título embaralhou a numeração durante anos e, por isso, na eleição de 2006, meu voto foi depositado na tal urna em separado, onde a oposição dizia só haver fantasmas, mortos, votos comprados, a mesma ladainha repetida pela mídia com a mesma fé inabalável de hoje, fé na ignorância completa dos consumidores de suas “informações”, repetindo ainda, as mesmas cascatas.

Em 2006 os jornais, rádios e tevês chegaram a afirmar mais de uma vez, dezenas de vezes, no mínimo, que um laudo de arbitragem jurídica contratado pela oposição era uma decisão da Justiça. E como dado curioso, que não quer dizer muita coisa, o escritório contratado pra afirmar que eu, como sócio votante na urna maldita, era um fantasma ou coisa parecida, esse escritório é do filho da inquilina da casa de nossa família em Petrópolis, na Região Serrana do estado, sujeito conhecido desde a infância. Conhecido e advogado, perito em arbitragem e contratado pela oposição pra produzir o laudo que chegou exatamente ao resultado desejado pela contratante e que a mídia afirmou várias, dezenas de vezes que era uma decisão da Justiça, com a segurança de quem confia na imbecilidade de seus leitores, espectadores etc..

O laudo condenando a urna suspeita de 2006 é mentiroso e nenhum outro jornalista está em posição melhor que a minha pra afirmar isso, porque falo o que falo de dentro da tal urna, tomado que fui como fantasma justamente no período mais assíduo como sócio, quando mantinha o hábito de nadar na piscina do Calabouço, às margens da Baía da Guanabara, joia imobiliária quase trocada por metade de um charque nos confins de Vargem Grande, pela mesma gente que, agora, usando a mesma estratégia da urna suspeita, com a mesma parceria da mídia, tenta retomar o Vasco deixado por eles em ruínas, com as dívidas triplicadas.

A urna suspeita da vez, agora, mobilizou até um matemático, e o jornalista, avesso crônico às ciências exatas, só de pronunciar ou escrever a palavra ma-te-má-ti-co já acha que tudo que sai dali é a luz, inclusive a teoria tacanha, dois metros abaixo da boçalidade, engendrada pelo tal matemático pra garantir a manchete desejada.

A mídia já exibiu um perito afirmando que uma bolinha de papel podia matar, usou o “especialista” pra gritar isso no Jornal Nacional, ao vivo, sendo seguido por jornais e revistas. Agora, a mídia arrumou um matemático pra falar que é menor do que ganhar na loteria a chance de uma urna com sócios escolhidos a dedo pela oposição, cujos votos a oposição quer anular porque sabe que são maciçamente da situação, é mais fácil acertar quinas ou senas do que 90% dos votos dessa urna serem, ora pois, do presidente Eurico Miranda, diz o especialista da vez, a encaixar sua tese nos mais sinceros desejos do jornal da entrevista, que com a mesma profundidade de escarradeira de dentista repete a tese em caixa altíssima, na capa, e outros jornais botam isso também na primeira página, e é nesse nível de imbecilidade coletiva, abalizada por um tal matemático, que se dá o “debate jornalístico” sobre quem deve presidir o Vasco.

A mídia podia mostrar melhor quem é o candidato que ela quer ver presidindo o Vasco. Podia esclarecer as inúmeras dúvidas que pairam sobre tal personagem, onde trabalhou, se trabalhou mesmo, o que fez, quando, se há ou não questões na Justiça referentes a mensalidades da escola do filho dele, podia esclarecer tudo isso, mas não o faz. A mídia podia lembrar quem apoia tal candidato, o que fizeram todos esses apoiadores quando tiveram a chance, dada pelo primeiro golpe jurídico-midiático, de 2008, de comandar o Vasco, mas não.

A mídia que previa a luta até o fim, difícil, quase impossível contra o rebaixamento assiste embasbacada aos golaços dos moleques da base e prevê agora, a quatro jogos do fim com chance zero de queda, que Libertadores, pro Vasco, só com G8 ou G9. E há os vascaínos que acreditam, leem os erros de grafia e concordância dos jornais, ouvem o comentarista flamenguista e abaixam a cabeça facilmente convencidos, sim, certo, pensam, o Vasco está muito mal, e então gritam juntos, todos muito revoltados, regidos pela flapress pra pedir a volta da gente que rebaixou o Vasco em todos os sentidos, no campo e nas cotas de TV, que destruiu as piscinas, o ginásio, perdeu o Centro de Treinamento por não pagar aluguel, abandonou outro CT para a base, que destruiu os alojamentos da base que acabou terceirizada, fatiada, que viu morrer um menino dessa mesma base terceirizada, em campo, num treino, sem um ai da mídia contra tal administração, da mesma gente que a mesma mídia quer ver de volta ao Vasco, agora com a ajuda risível, de tão pueril, de um matemático.

E com esse segundo golpe contra o Vasco em marcha, com a necessidade primordial de gritar contra mais esse ataque de mídia e Judiciário contra a soberania do maior clube do Rio de Janeiro em títulos continentais, patrimônio e história, ficou em segundo plano de novo o jogo de ontem, no qual São Januário voltou a ficar lotado, em festa, e no qual ficou provado que certos jogadores não podem ganhar musiquinhas ou gritinhos particulares da torcida. Uh, uh, uh..., grita a torcida pra Jean, que ontem resolveu entrar com pé de moça numa dividida na entrada da área do Vasco, o que gerou o gol do São Paulo.

E o erro de arbitragem contra o São Paulo, a ser destacado entre os inúmeros gols tricolores em impedimentos milimétricos no Morumbi, daqueles que os bandeiras só marcam pra anular gols do Vasco, o erro da vez também faz parte do pacotão de 2011. Zero a zero teimoso no placar, o goleiro deles pegando tudo, pressão total vascaína e Allan rouba a bola do são-paulino já dentro da área, tem as pernas trançadas pelo adversário numa falta clara, pênalti ignorado por sua senhoria o juiz com a anuência de narrador e comentarista que falam rapidinho do lance, não cravando o pênalti, claro que não, dizendo que "de novo o Vasco reclama”, e com o empate garantido o Timão assumiu ali a liderança até o fim, e o Vasco, para alívio da mídia, não conquistou a Copa do Brasil e o Brasileiro no mesmo ano.

O Vasco, a imprensa e um blog no meio

Vassalo de nobrezas perdidas, a valorizar vitrais e troféus por bom comportamento, entregues por príncipes em nome da fidalguia, o Flum...