sábado, 28 de outubro de 2017

Um juiz, dois jogos, quatro pontos, um escudinho da Fifa


E chegou enfim o dia das opções infinitas na série proposta por este blog, de, a cada jogo do Vasco, pinçar um erro crasso de arbitragem contra o time de sempre, a favor do adversário da vez. E como são tantos e tão diversos os erros a favor do Flamengo e contra o Vasco, pra falar de um apenas escolhemos falar de dois, dois pênaltis escandalosos não marcados pelo mesmo juiz em dois jogos, um no turno, outro no returno, dois empates, quatro pontos perdidos no apito do mesmo árbitro que dariam ao clube nada mais nada menos do que um pentacampeonato nacional, e que para o juiz em questão renderam até premiação.

Tem de tudo, e muito. Tem bola entrando mais de 30 centímetros na cara do juiz de linha, tem ladrilheiro posto pra dentro do gramado pela diretoria, tem cortadas de defensores dentro da área, mergulhos do mesmo lateral durante nove, dez anos, jamais contados pela mídia, tem as expulsões providenciais, se for preciso até com encenação do árbitro simulando agressão, tem de tudo, e muito, quando o assunto envolve Vasco, Flamengo e arbitragem.

E chegou enfim o dia das opções infinitas na série proposta por este blog, de, a cada jogo do Vasco, pinçar um erro crasso de arbitragem contra o time de sempre, a favor do adversário da vez. E como são tantos e tão diversos os erros a favor do Flamengo e contra o Vasco, pra falar de um apenas escolhemos falar de dois, dois pênaltis escandalosos não marcados pelo mesmo juiz em dois jogos, um no turno, outro no returno, dois empates, quatro pontos perdidos no apito do mesmo árbitro que dariam ao clube nada mais nada menos do que um pentacampeonato nacional, e que para o juiz em questão renderam até premiação.

O nome dele é Péricles Bassols e no primeiro jogo ele até começou bem, cometendo a raridade de expulsar um jogador rubro-negro no começo do jogo, sem tirar junto um atleta do Vasco. Também seria um tanto além do ridículo habitual não expulsar Welinton depois de o zagueiro flamenguista perder a bola bisonhamente pra Diego Souza e dar uma rasteira por trás do atacante vascaíno, que partia livre na meia-lua da grande área, sem ninguém entre ele e o goleiro que dali a três anos admitiria, sincero, achar mais gostoso ganhar roubado.

O Flamengo tinha Ronaldinho Gaúcho na descendente e, como hoje, era incensado pela mídia especializada como elenco estelar, com Welinton de titular, favorito a tudo, ao Brasileiro principalmente. O Vasco era campeão da Copa do Brasil, tinha Felipe, Juninho Pernambucano, Diego Souza, Dedé e, com um a mais, massacrou o adversário o jogo todo até que todos viram do gramado o técnico Ricardo Gomes ser levado de ambulância, à beira da morte.

O time absorveu o baque e continuou a imprensar o megaultrafavoritaço ao campeonato no campo dele, acuado, tomando bola na trave, vendo o goleiro salvar uma, duas, até que no último minuto Bernardo recebe na área, domina e toma no tornozelo o carrinho de Léo Moura, o mesmo de tantos pênaltis conquistados em mergulhos de aqualouco, nunca sequer questionados pelos especialistas. Péricles Bassols nada marca, o jogo termina 0 a 0 e no returno, numa dessas coincidências de falar ‘puxa, que coincidência’, o mesmo Bassols é escalado para o Vasco x Flamengo da última rodada do campeonato, na qual os dois times chegaram em situações inversas, de acordo com as previsões iniciais dos especialistas.

O Flamengo não tinha mais chances de título e precisava desesperadamente de um ponto que fosse pra garantir vaga na pré-Libertadores. O Vasco, apesar do pênalti não marcado por Bassols no primeiro turno, apesar dos gols anulados de Diego Souza contra Santos, Fluminense e Figueirense, dos pênaltis não marcados contra o mesmo Santos, contra o Palmeiras, o Inter, o São Paulo e o Bahia, apesar de tudo isso o Vasco chegava à última rodada brigando, ainda, pelo campeonato, e começou o jogo dominando de novo, amplamente, e abrindo logo o placar em cabeçada de Diego Souza.

Domínio total, absoluto, e no fim do primeiro tempo Diego Souza invade a área e é puxado de maneira gritante por Willians, com a faixa branca da camisa do vascaíno avançando muito além da largura do calção preto. Perto do lance, sem ninguém entre ele e a cena, Bassols de novo nada marca. No segundo tempo, talvez pra compensar o inevitável cartão vermelho a Welinton no primeiro turno, o juiz expulsa Jumar, deixando, pela milionésima vez, o Flamengo em vantagem numérica no confronto.

O jogo termina empatado, o Corinthians fica com o campeonato e o Flamengo consegue a vaga pra dar mais um vexame internacional, a primeira das três eliminações seguidas na fase de grupos da Libertadores. Já o digníssimo árbitro, por ajudar, com seus erros claros, a decidir o campeonato, recebe o escudinho de juiz da Fifa sem um comentário sequer, nem um questionamentozinho da mídia especializada, que também logo abafou as denúncias do juiz que perdeu o escudinho pra Bassols, que saiu falando em esquema de resultados e citando diretamente o time campeão.

Bassols ostentou, certamente garboso, seu escudinho Fifa por cinco anos, até perdê-lo em janeiro deste ano, quatro anos antes da aposentadoria forçada. Hoje, o juiz brasileiro mais antigo no quadro da Fifa é Ricardo Marques Ribeiro, que apitou aquele Vasco x Chapecoense da arrancada da reta final de 2015, no Maracanã, aquele do pênalti marcado com a bola batendo na cintura de Rodrigo, e do pênalti não marcado pro Vasco logo depois, com o braço levantado do defensor da Chape cortando a bola na cara do bandeira. Ricardo Marques Ribeiro é também o juiz escalado para o clássico de hoje, no Maracanã, em que o Vasco pode passar o Flamengo na tabela, tudo, claro, numa coincidência danada.

O Vasco, a imprensa e um blog no meio

Vassalo de nobrezas perdidas, a valorizar vitrais e troféus por bom comportamento, entregues por príncipes em nome da fidalguia, o Flum...