quarta-feira, 26 de maio de 2021

Entre taças e desígnios

Lucas Figueiredo/CBF

O Flu inventou que é a história e perdeu para o Junior Barranquilla por 2 a 1, mesmo placar favorável a nós, com a ajuda da letra de Léo Lima, na última final de estadual entre tricolores e vascaínos, no mesmo Maracanã. O Santos também perdeu por 2 a 1 para o The Strongest, e no quadrangular decisivo de 74, contra Pelé e com gol de Dinamite, ou na última decisão entre nós e eles, no Rio-São Paulo de 99, o Vasco também ganhou de 2 a 1. O São Paulo perdeu para o Racing por 1 a 0 no Morumbi e o gol foi de cabeça, na mesma rede estufada por Sorato em 89, e o Palmeiras, jogando no mesmo solo da maior virada de todos os tempos, do maior jogo da história, da decisão da Mercosul de 2000, perdeu, vejam vocês, por quatro a três.

Não, não é a mesma foto que abriu o texto anterior. São praticamente os mesmos jogadores da conquista da Copa do Brasil Sub 20, primeira taça de toda uma década em todos os esportes, mas o troféu é outro. Trata-se da Supercopa do Brasil Sub 20, conquistada nos pênaltis contra o Galo, campeão brasileiro sub 20, no mesmo dia em que, segundo os terríveis prognósticos da mídia especializada, o Vasco acabou. Sim, porque um quarto rebaixamento seria fatal, baliam por aí os especialistas, falando todos as mesmas coisas de sempre, de décadas atrás, com ar de inteligente, e no mesmo domingo da taça levantada pela base, o Vasco foi virtualmente rebaixado pela quarta vez ao empatar com o timão, virtualmente porque matematicamente, mais uma vez, o Vasco só foi rebaixado mesmo, como nas outras vezes todas, lutando e sendo roubado até a última rodada, e isso é outro diferencial em relação aos outros grandes rebaixados que os especialistas não notam, sobre o qual não falam como não falaram nada, nenhum comentário sobre o título aí de cima, sobre essa vitória que fez do Vasco o único clube da história a levantar uma taça nacional no dia em que é rebaixado, e uma taça olhando para o futuro.

Quanto ao rebaixamento, todas as críticas, palavrões e marretas flambadas para esta diretoria comandada pelo CEO flamenguista e também para a anterior, que demitiu Ramon pra tentar imitar o queridinho da mídia. Este blog, porém, tem um sonho, o sonho de ver mais e mais vascaínos direcionando toda a sua revolta não contra o próprio time, contra diretorias, treinadores ou jogadores, mas contra este esquema nojento há tantos arraigado ao futebol do 7 a 1 e agora turbinado pelo VAR, o sonho de que todos os vascaínos lembrassem sempre que empatamos no primeiro turno com o pessoal do outro pataVar, um pontinho tirado na mão grande pelo VAR que a mídia já naturalizou, esqueceu. E a falta do corinthians no gol da vitória deles em São Januário? E o gol anulado do Cano contra o Dragão que antes da mão dele foi pênalti, porque bateu na mão do zagueirão? E a expulsão do Henrique aos 20 do primeiro tempo contra o Coritiba? E a não expulsão (nem falta marcada), também aos 20 e poucos do primeiro tempo, do cara do Bahia que enfiou todas as travas da chuteira na coxa do Benitez? E a chave de braço do Felipe Mello no Leo Mattos que virou repetição de falta ao lado da área pra eles, com narrador e comentarista rindo? E a falta clara no Andrey quando o time reagia contra o Bragantino?

Tudo isso foi VAR, pelo menos seis pontos tirados pelo VAR, mais um rebaixamento mais do que programado pela mídia e um monte de vascaínos preferindo xingar o time sem nem sequer comemorar uma conquista como essa aí de cima, e sem direcionar a raiva, o ódio contra quem mais merece, a flapress, a Justiça, a CBF e todo mundo que tá passando a boiada no projeto de poder para que o Rio tenha só um time, ainda que, pelo visto, mesmo com toda a grana do mundo, com toda a ajuda de todos os lados, com jogador dopado e tudo, este time, até pra ganhar Taça Guanabara do Volta Redonda, vá sempre precisar do apito, e isso já tá mais do que nítido que é sina.

Como também só pode ser sina esse negócio de ser considerado o melhor time carioca do mundo pela mídia especializada e não conseguir superar as marcas históricas do outrora rival que já era, segundo os mesmos especialistas, no maior clássico da cidade. Depois de precisar anular o gol legal de Cano pra ganhar do Vasco no primeiro turno, o queridinho precisou de novo do querido VAR dele para abrir o placar no segundo turno. Mais um pênalti para o super artilheiro dispensado na Europa aumentar ainda mais sua marca de jogador que mais teve pênaltis para bater com a camisa de um mesmo time em todos os tempos, marca que a própria mídia não deixa de citar, só que, vejam vocês, em tom ufanista e a sério, tipo pra ressaltar como o cara é bom, sem nem atinar para a disparidade na quantidade de pênaltis que este supercraque recebeu pra bater, desde a chegada do VAR, em relação a todos os outros jogadores do Brasil, da América e do mundo.

No Clássico dos Milhões, o Vasco ganhou de virada, três a um, o primeiro jogo da história, tem a maior goleada que não é sete a um, é sete a zero, e tem o maior artilheiro, Dinamite, com oito gols a mais que o galinho amarelinho. Tem também muitos, mas muitos mais cartões amarelos e vermelhos, e menos, muito menos pênaltis marcados a favor, claro, e neste Carioca de 2021 o supertime queridinho da mídia tinha tudo para igualar não em número de jogos nem na quantidade de vitórias e gols marcados, isso jamais, mas pelo menos em anos o tempo da maior invencibilidade de um time no clássico. Com muito mais empates que vitórias, com muito menos jogos, com a ajuda de sempre da mídia, do juiz, dos bandeiras e do VAR o supertimaço queridaço bombadaço de dinheiro lavado com jogador dopado poderia chegar aos mesmos seis anos de invencibilidade do Expresso da Vitória, primeiro campeão continental da história, no clássico. Era só não perder pro Vasco acabado, rebaixado, um clube que já era, segundo a crônica abalizada, mas que meteu um com Léo Matos, dois com Cano e três com Morato e seu ótimo, excelente senso de marketing ali, na hora, com drible de letra e superlateral sentado, a relembrar o xará em outro baile neles, inesquecível.

Só pode ser coisa dos deuses da Bola, que adoram mostrar qual o time deles de verdade quando este time está na pior, roubado em campo e nos tribunais, invadido e comandado por flamenguistas. O Vasco, bicampeão sulamericano, não está na Libertadores? Então os deuses da Bola escolhem um dia, uma rodada para darem seu recado que, lógico, nunca é replicado pela dita grande mídia. Santos, Palmeiras, São Paulo e Fluminense jogaram pela Libertadores neste dia 18 de maio e os quatro perderam. O flu imitou a gente escrevendo num mosaico um psicodélico “nós somos a história” depois de nossa torcida, com as óbvias razões para isso, desde 1898, já ter feito esse mosaico, porque história é simplesmente algo que não dá nem pra começar a debater com torcedor de outro clube que não seja Vasco. 

Pois o flu inventou que é a história e perdeu para o Junior Barranquilla por 2 a 1, mesmo placar favorável a nós, com a ajuda da letra de Léo Lima na última final de estadual entre tricolores e vascaínos, no mesmo Maracanã. O Santos também perdeu por 2 a 1 para o The Strongest, e no quadrangular decisivo de 74, contra Pelé e com gol de Dinamite, ou na última decisão entre nós e eles, no Rio-São Paulo de 99, o Vasco também ganhou de 2 a 1. O São Paulo perdeu para o Racing por 1 a 0 no Morumbi e o gol foi de cabeça, na mesma rede estufada por Sorato em 89, e o Palmeiras, jogando no mesmo solo da maior virada de todos os tempos, do maior jogo da história, da decisão da Mercosul de 2000, perdeu, vejam vocês, por quatro a três.

Falar mais o que depois disso? Que na decisão da Supercopa Sub 20, no terceiro pênalti do Vasco, um baixinho chamado Rodrigo, com R de Romário, bateu cruzado com a perna direita, assim como Romário formado na base do Vasco fez no terceiro pênalti de 94, e a bola também bateu na mesma trave direita do goleiro antes de entrar? Então melhor encerrar contando que quatro dias depois do recado dos deuses na rodada da Libertadores, com hat trick do nosso novo velho goleiro em outra decisão por pênaltis, o Vasco consolidou-se como o maior campeão da Taça Rio, que assim como sua irmã mais velha, Taça Guanabara, tem ano que vale vaga pra final, tem ano que não vale, mas continua sendo a mesma Taça Rio, caçula da Guanabara no charme e na tradição do futebol carioca. Viramos em decisões de Taça Rio contra o Fogão, dois a um pra nós agora, e antes do fim do primeiro semestre do ano em que começou a acabar, segundo a mídia esportiva, o Vasco, queiram ou não, já foi campeão.

 

Pitacos em itálico

O Vasco na Série B será o clube com mais jogos transmitidos só pagando do Brasil, na base do pay per view, e você, vascaíno de verdade, se não quiser continuar dando ideia aos gênios da mídia pra ganhar mais dinheiro enquanto roubam cada vez mais o Vasco, com VAR, com tudo, tem que ser muito otário para não optar, nessas horas, pelo radinho.


* Hoje é dia 26 de maio, mas ontem foi 25, dia, ou melhor, noite em que há 72 anos o Vasco, jogando na condição de único campeão continental da história, invicto, se tornava o primeiro clube brasileiro a vencer um campeão inglês. O Arsenal, campeão da temporada 1947/1948 na terra dos inventores do futebol, excursionou ao Brasil e em São Paulo já tinha empatado com o Palmeiras e vencido o Corinthians. No Rio, um ano antes da inauguração do Maraca, os jogos foram todos em São Januário, claro, e os Gunners começaram metendo uma goleada no clube que diz ser a história, que teve ainda o reforço de jogadores do Botafogo mas não viu a cor da bola e tomou de 5 a 1. Chegaram, portanto, invictos os ingleses inventores da Bola, considerados os melhores do mundo quando se depararam com o maior time da história do futebol no Rio, com Barbosa no gol, Augusto e Sampaio na zaga, Eli, Danilo, Jorge, Maneca, Ipojucã, Ademir e Tuta, e que ainda estrearia naquela noite um certo Heleno de Freitas, entrando no decorrer da partida. Foi também a estreia dos refletores de São Januário e o maior público não registrado de todos os tempos no estádio, com estimativas chegando a falar em 60 mil. Jogo duro, difícil, até que Mário, que entrara no time junto com Heleno, saindo Ipojucã e Tuta, cruzou da esquerda para Nestor emendar de primeira, sem chance para o histórico goleiro Swindin. E a torcida do melhor time do mundo na época, lotando seu estádio que inaugurava refletor, comemorou loucamente o que bem poderia ser considerado um Mundial, se não fosse muito mais que isso.

*Passamos pela Caldense, depois pelo Tombense e agora que venha o Boavista no campeonato mais importante do ano para nosotros, enquanto a grobo que perdeu estadual e Libertadores, tadinha, aposta em recuperar o prejuízo ganhando mais na Série B. Com quem? Adivinha. 
O Vasco na Série B será o clube com mais jogos transmitidos só pagando do Brasil, na base do pay per view, e você, vascaíno de verdade, se não quiser continuar dando ideia aos gênios da mídia pra ganhar mais dinheiro enquanto roubam cada vez mais o Vasco, com VAR, com tudo, tem que ser muito otário para não optar, nessas horas, pelo radinho.

*E depois de abandonar a sede do Calabouço, a diretoria flamenguista do Vasco anuncia o plano sensacional de construir um prédio em cima da sede náutica da Lagoa. Genial, esconde o Vasco ali embaixo de um arranha-céu, não mais tão ostensivo assim em plena Zona Sul nobre-racista carioca, bota no térreo o escudo, pequenininho, se é que vão deixar alguma cruz de malta ali, embaixo de tudo, e quem sabe, com o dinheiro que está ganhando do Vasco para demitir e vender patrimônio, o Ceo flamenguista não consiga comprar a cobertura do futuro prédio e estender lá de cima, gigante, seu bandeirão do queridinho do VAR e da mídia. E nenhum tom de crítica nas matérias sobre isso, todo apoio do mundo da flapress à diretoria golpista, todo apoio do mundo da flapress às demissões em massa, à mudança da sede pra salas do Centro com "aluguel zero", nenhum questionamento sobre mais detalhes sobre esse "aluguel de graça" das salas, quem tá dando esse "presente" ao Vasco? Não tem contrapartida? Será que a contrapartida não é justamente a joia imobiliária da sede do Calabouço, embrulhada pra presente para o "benfeitor" que tá "dando" os "aluguéis de graça" das novas salas do Vasco no Centro, pra que a diretoria golpista, o CEO flamenguista e o diretor jurídico também mulambo não precisem nem pisar em São Januário? Essa diretoria golpista, posta no comando do Vasco pelo Judiciário e pela mídia, não precisa explicar nada direito, a flapress não pede explicação de nada, engole "aluguéis de graça", demissão em massa e fechamento de sede como medidas "modernas", "profissionais" ou coisa parecida, e apoia como sempre a mesma enrolação do MUV que o sócio conhece desde o primeiro golpe jurídico-midiático de todos, de 2006-2008.

*E como hoje é 26 de maio, e ontem foi 25, considerado o Dia do massagista, nada melhor do que homenagear dois dos maiores massagistas da história, que só podiam ter trabalhado no Vasco, claro, um do Expresso da Vitória e da Seleção, eterno Mário Américo, e o outro também inigualável, pai-de-santo, poderoso Pai Santana inesquecível em seu ritual afro-cristão, por que não, de estender a bandeira no gramado, ajoelhar e beijar a cruz sagrada da colina, e que passou também pela Seleção Brasileira, mas não tanto tempo, porque acima do resto todo, incluindo Seleção, Santana é Vasco.  

O Vasco, a imprensa e um blog no meio

Vassalo de nobrezas perdidas, a valorizar vitrais e troféus por bom comportamento, entregues por príncipes em nome da fidalguia, o Flum...