quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Vaias ao Thalles, palmas pra Kelvin e a burrice crônica do vascaíno guiado pela 'grande mídia'

Foto: Carlos Gregório/Vasco

 Alan Kardec continuou a fazer gols pontuais e a ser vaiado, ridicularizado por parte de sua própria torcida até ser vendido a preço de banana pela administração do presidente Roberto Dinamite. Hoje, essa certa má vontade de vascaínos com o Vasco continua, tem a mesma origem, e o alvo da vez é Thalles.


Há uma certa má vontade com o Vasco, de certa parte de sua própria torcida, e não é de hoje. Vem dos tempos em que Alan Kardec, prata da casa, artilheiro desde criança, integrante de varias seleções da base, de Mundial Sub 20 inclusive, era efusivamente vaiado, ridicularizado até, por boa parte da torcida vascaína. Na primeira vez como profissional, no Maracanã, Kardec entrou no fim de uma semifinal maluca em que o Vasco perdia por 4 a 3 para o Botafogo. Com uma de suas especialidades, a cabeçada certeira, empatou a disputa que o Vasco perderia nos pênaltis. No ano seguinte, em outra semifinal, essa contra o maior rival, abriu o placar no Maracanã de novo lotado com um gol de placa, o drible desconcertante no marcador e a varada no ângulo, de fora da área. Ajudado pelo apito de quase sempre, o Flamengo empatou com um gol ilegal e depois virou a partida, e Alan Kardec continuou a fazer gols pontuais e a ser vaiado, ridicularizado por parte de sua própria torcida até ser vendido a preço de banana pela administração do presidente Roberto Dinamite. Hoje, essa certa má vontade de vascaínos com o Vasco continua, tem a mesma origem, e o alvo da vez é Thalles.

Como Kardec, Thalles é cria do Vasco, artilheiro desde criança, integrou seleções de base e na prova de fogo, na primeira vez como profissional em jogo decisivo no Maraca, fez dois gols nas duas primeiras oportunidades, a segunda conduzindo até a entrada da área e dali fuzilando, no ângulo. Depois o gordinho Walter fez uma jogadaça no primeiro gol do Goiás e o Vasco acabou eliminado nas quartas-de-final da Copa do Brasil, graças tambem à anulação do gol legal de Luan pelo irmão do hoje comentarista de arbitragem da Grobo, Paulo César de Oliveira, e à falha do goleiro escolhido entre os três ruins pra ir até o fim da temporada, que viria a ser decisivo, também, no rebaixamento do time dali a dois, três meses.
Alessandro era menos ruim que Michel Aves, mas pior ainda que Diogo Silva, que garantiu pelo menos seis pontos naquele campeonato nas vitórias de 1 a 0 sobre o Coritiba, no Couto Pereira, e o Fluminense, em Santa Catarina. Diogo Silva fez defesas difíceis nestes e em outros jogos, mas falhou bisonhamente em outros, como no frangaço na derrota em casa para o São Paulo, e dos três goleiros era o mais vaiado, o mais ridicularizado pelo tipo de torcedor que anteontem, na social de São Januário, pedia a saída de Thalles e vibrava com Kelvin.
Pelo terceiro jogo seguido, Kelvin armou lá seu salseiro pelos lados do campo, foi intensamente aplaudido e não conseguiu nem criar, nem participar, nem concluir uma jogada de gol sequer, nem ele nem Gilberto, se bem que este criou ótima oportunidade sozinho, roubando a bola e entrando na área sem ângulo no segundo tempo, com chute triscando a junção do travessão com a trave.
Contra o Santos do Amapá, Gilberto e Kelvin entraram no segundo tempo e armaram várias jogadas, de fato, mas nenhuma que tenha resultado em gol. Em 45 minutos, Kelvin perdeu cinco gols, três deles feitos, sozinho, e saiu de campo ovacionado, tido como "liso" e demais adjetivos do gênero. Começou como titular no outro jogo, ele e Gilberto, e os dois de novo tramaram diversas jogadas, e nenhuma delas de novo resultou em gol, e o Vasco perdeu para o Volta Redonda por 1 a 0.
O Vasco passou a precisar vencer a Portuguesa pra garantir a classificação e lá estava Kelvin, pela primeira vez em São Januário, sendo incansavelmente apoiado pela torcida. E ao lado dele estava Thalles, que depois do começo avassalador daquele jogo contra o Goiás no Maracanã continuou a fazer seus gols pontuais, mas decidiu comemorar o sucesso caindo na night, criando bunda e barriga. Deixou de ser convocado para as seleções de base bem antes do Mundial Sub 20 e teve um ano de 2015 pra se esquecer, até receber uma bronca pública do técnico Jorginho.
Daí parece ter resolvido agarrar o que era sua última chance e começou 2016 muito bem, perdendo peso, fazendo gols como o da vitória contra o Botafogo na Colina, com passe primoroso de Nenê, fundamental para a conquista da Taça Guanabara depois de 13 anos. Veio o bicampeonato carioca, invicto, e começou a Série B com Thalles marcando contra o Bahia e mais nada, não conseguindo se firmar no time e ensaiando nova desandada.
Pouco importa que no duro jogo contra o Goiás fosse ele, Thalles, a recuperar sentado uma bola dada como perdida e a deixar nos pés de Nenê, para o passe sob medida a Adrezinho, que fez o gol único da vitória sofrida. Boa parte da torcida vascaína não via nada disso e vaiava, como vaiou durante quase todo o segundo tempo contra o Criciúma em São Januário, até Thalles, lá pelos trinta e tanto do segundo, fazer o gol da vitória suada.
Na reta final da Série B, Thalles foi o cara. Decidiu contra o Paraná e o Bragantino, fez gol contra o Luverdense e garantiu de vez o acesso com os dois gols da vitória contra o Ceará. As vaias pararam por um tempo, mas também porque àquela altura do campeonato, boa parte da torcida vascaína, a que acredita na "grande mídia", estava mais interessada em protestar.
Terminava a temporada na qual o Vasco tinha sido bicampeão carioca, retomando o posto de maior campeão invicto da história do estadual, acabava o ano com o time tendo quebrado o próprio recorde de invencibilidade em jogos oficiais ou não de sua história, superando, por exemplo, em um jogo a melhor marca do freguês da Gávea em partidas valendo ponto, e a torcida, guiada por campanhas insufladas pelos sites, programas de televisão e jornais esportivos, preferia protestar, e contra a diretoria.
O ano terminava com o Vasco se superando numa situação nunca antes vivida por nenhum outro dos ditos grandes clubes do país a não ser o Grêmio e sua batalha dos Aflitos. Um jogo pesado pela chance de não subir, um Maracanã lotado e o adversário abrindo o placar na falha do goleiro ídolo do time, que em menos de mágicos cinco minutos se recupera e vira com dois gols dele, Thalles, na volta para o segundo tempo. A festa, o alívio, os gritos ridículos pelo Oeste pra gáudio da triste "grande mídia" que tanto queria, coitadinha, cobrir com toda emoção a "tragédia" do não acesso do Vasco, e daí, mais pro fim do jogo e após o apito final, os protestos enraivecidos que foram diferentes dos de 2014, em situação parecida.
Em 2013 o Vasco caiu por causa da escolha errada do goleiro menos ruim e, no fim das contas, por conta da diretoria, que manteve o time em campo sem policiamento, fazendo a vontade, complacente, de todos que queriam o tetracampeão caindo mais uma vez. Na Série B o time jamais chegou à liderança e tomou de 5 do Avaí, em casa. E enquanto o campeonato rolava a diretoria priorizava a prorrogação do próprio mandato na Justiça, com o apoio da mídia amiga que insuflava denúncias ridículas, como o tal "mensalão vascaíno".
Um grupo então na oposição e atuante há pelo menos 13 anos na política vascaína, denominado Casaca, fez uma campanha de associação em massa, a maior da história do clube, que rendeu cerca de R$ 1,3 milhão aos cofres do Vasco. Pois bem, esse foi o motivo da denúncia que possibilitou o adiamento das eleições sem maiores argumentos da Justiça, a não ser a generalidade do juridiquês das liminares que deram tempo, para a diretoria, de criar dívidas e mais dívidas, de confessar pendências milionárias no tempo extra de mandato concedido à administração bananamite pela Justiça.
Abandonado, o time de 2014 chegou à penúltima rodada precisando do empate contra o Icasa no Maracanã lotado, e foi o que aconteceu, com Kleber Gladiador abrindo o placar, os cearenses empatando e perdendo um gol feito no último minuto, antes do apito final e das vaias que, curiosamente, não foram direcionadas daquela vez à diretoria. Time sem vergonha, gritou o torcedor para Douglas, Martin Silva, Luan e cia, poupando o presidente, os vices e diretores que deixaram o clube na penúria, com o patrimônio em ruínas e o time, com salários frequentemente atrasados, à deriva.
Já no ano passado, o Vasco, além do bicampeonato invicto, da sequência de traulitadas no eterno freguês da Gávea e nos demais grandes do Rio, liderou do inicio até o meio do segundo turno a Série B de 2016, quando desanimou ao ser eliminado com o garfo de quase sempre da Copa do Brasil, grande objetivo do ano, contra o Santos. Daí o time perdeu o prumo, mas não saiu, jamais, do G4, apesar de chegar à ultima rodada com o risco, ainda, de não subir.
Mas Thalles estava lá pra garantir e, com o apito final, consumada a vitória e o acesso que ninguém, a não ser quem é vascaíno, queria, veio a vaia estrondosa de boa parte da torcida vascaína direcionada ao Diguinho, sim, também a Julio César e cia, todos com salário em dia, mas muito, muito mais à diretoria, até porque o torcedor do Vasco denominado bovino, aquele que acredita na mídia corporativa, estava pautado pra isso, assim como o torcedor da social que assistia Kelvin deixar passar por baixo, pra lateral, o passe longo de Nenê ligando o contra-ataque e aplaudia, esperançoso, e mais animado ainda ficava com mais um quase-gol do novo ídolo, o cruzamento do escanteio e ele, "liso", subindo livre pra cabecear a bola na trave, quase. Enquanto isso Thalles só recebia apupos e a impaciência do torcedor que chamava de burro o técnico por mantê-lo, em outra das obsessões dessa mesma parte da torcida, contra o Cristóvão, que aliás tem tudo a ver com as vaias muito mais contundentes contra o menos ruim dos três goleiros fracos, único a garantir seis pontos com duas atuações de gala na tortuosa campanha de 2013.
Com o 0 a 0 mantido no primeiro tempo e o segundo já passando dos 15 sem nada de gol, o clima na social de São Januário só piorava, torcedores revoltados gritavam impropérios, insultavam Cristóvão e pediam a saída da prata da casa enquanto poupavam o parceiro dele no ataque, recém chegado, até que Escudero recebeu na esquerda e cruzou para a cabeçada do camisa 9 meio que em cima do goleiro, mas forte. O goleiro Luciano tocou na bola, ainda, mas ela morreu na lateral da rede, decretando o placar final aos 17 do segundo tempo: Vasco um, Portuguesa zero, gol de Thalles.
Que Thalles continue a decidir jogos em favor do Vasco, que Kelvin seja definitivamente desmascarado, o mais breve possível, pra não atrapalhar mais ainda o time, que Pikachu retome a posição de Gilberto e que cada vez mais torcedores do nosso muy amado Club de Regatas Vasco da Gama tenham em mente, com a licença de Euclides da Cunha, que o vascaíno que acredita na chamada “grande imprensa” é, antes de tudo, um otário.

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