sábado, 14 de outubro de 2017

A queda pra trás, dando impulso, e a volta da torcida


Uma vitória sobre o favorito Botafogo com um Maracanã lotado por 90% de vascaínos seria a virada de chave definitiva no campeonato, a entrada de vez na briga pelo tricampeonato sul-americano, exatos 20 anos após o bi, com a expectativa de cinco jogos, ainda, com Caldeirão lotado.

Teve apito influenciando de novo na Ressacada, teve a mídia especializada dizendo novamente que tava tudo certo, mas dessa vez o Vasco conseguiu segurar a vitória tranquila transformada, por sua senhoria, em dramática. E como o Vasco venceu, o blog manterá a tradição iniciada no último texto, de a cada rodada, contra o adversário da vez, relembrar um erro crasso de arbitragem contra o time, de preferência com o aval da imprensa na base de tira-teimas enviesados ou comentários de ex-árbitros que em campo eram os reis da polêmica, ladrões notórios. Parece difícil, garantir que tenha havido erros desse tipo contra o mesmo time em tantos jogos, cada qual com um adversário diferente, mas pra quem é Vasco, é fácil.

Hoje temos pela frente o glorioso Botafogo, e com relação a campeonato Brasileiro, pra ficar só na era dos pontos corridos poderíamos relembrar com gosto os 4 a 0 de 2004, com show de Petkovic e Valdir Bigode já no fim da carreira dele de artilheiro, ou a vitória de 2007 com golaço de Jorge Luiz de cabeça, as duas no Maraca, sem falar no 2 a 0 de 2011 e no 1 a 0 de 2012, ambos no Nilton Santos. Mas o assunto é erro de arbitragem, então o jogo a ser citado é o do comecinho do Brasileiro de 2008, quando o estádio Nilton Santos ainda era Engenhão, todo azul, e o Vasco vencia por 1 a 0 até o jogador do Botafogo chamado Fábio receber na área já desequilibrado, de costas para o marcador, aos 39 minutos do segundo tempo.

O jogador alvinegro dominou a bola e começou, ele, a cair, deu ainda dois, três passos pra trás, dando impulso, caindo mais ainda sem que o zagueiro vascaíno fizesse nada além de ficar atrás, marcando, até cair ele também com a carga do outro, à sua frente, se jogando pra trás. O juiz, que já tinha expulsado um jogador do Vasco naquele segundo tempo, assinalou o pênalti convicto, e o juiz era o mesmo, conhecido como Índio, da expulsão do Luis Fabiano do texto em destaque lá embaixo, o mesmo também do encontrão e da expulsão de Moraes, dez anos antes, tudo uma enorme coincidência, lógico.

Lúcio Flávio converteu o pênalti aos 41, aqueles dois pontos fizeram falta na conta final do rebaixamento e o narrador do jogo ainda disse que tinha sido pênalti, sim, claro, ainda que esta não tenha sido a opinião do comentarista, hoje narrador, que tem entre suas características o constante bom humor e deixou escapar a risada enquanto o lance era mostrado em câmera lenta, dizendo apenas que tinha “ficado na dúvida”, pra emendar com aquela declaração típica de quem não tem o que falar, a terminar em reticências: “como é o futebol...”

Com relação ao último jogo, o que tenho a dizer é que espero sentado, tentando controlar a ansiedade, o dia em que um jogador do Corínthians, ou do Flamengo, ou mesmo do São Paulo ou do Fluminense venha a ser expulso da maneira como aconteceu com Andrés Ríos. Deve ser histórico, deve ter sido a primeira vez na história do futebol que um jogador recebeu o cartão vermelho ao dar um lençol no adversário, o que não exime o argentino da culpa de cometer a burrice, ainda mais vestindo a camisa do Vasco, de jogar os braços pra trás naquela situação.

Da falta da expulsão de Ríos saiu o gol do Avaí, com o jogador do time catarinense cabeceando impedido pra Betão completar pra rede, tendo ainda empurrado Paulão pra ganhar a bola, mas tudo por tão pouquinho, milímetros de impedimento, duas mãozinhas espalmadas nas costas do vascaíno, rápido, que os especialistas puderam dizer tranquilamente, na cara dura, que não tinha acontecido nada, que o gol era absolutamente legal.

O fato de o time ter conseguido segurar a vitória fora de casa nessas condições, com um a menos, é um ótimo sinal, ainda mais na rodada anterior à volta da torcida, e não em São Januário, numa medida acertada até pra proteger nosso estádio da sanha de um Ministério Público aloprado. Uma vitória sobre o favorito Botafogo com um Maracanã lotado por 90% de vascaínos seria a virada de chave definitiva no campeonato, a entrada de vez na briga pelo tricampeonato sul-americano, exatos 20 anos após o bi, com a expectativa de cinco jogos, ainda, com Caldeirão lotado.

Mas na mídia especializada, engraçado, a cobertura sobre este jogo de suma importância foi direcionada, no caso do Vasco, mais pra fora dos gramados. O resultado pode influenciar diretamente na eleição do Vasco, marcada pra daqui a menos de um mês, diz o jornal O Globo, e também o comentarista flamenguista no programa de debates ao vivo na tevê, dando a impressão de estarem muito preocupados.

O time vem de uma vitória fora de casa, onde nem o virtual campeão venceu, mas tem gente na imprensa que prefere falar de eleição no Vasco. E como no último texto eu disse que o único senão na escalação do time era o Wagner, e o Wagner virou Robben com dois minutos de jogo, fazendo um golaço, dessa vez eu digo que não espero nada, nem um peteleco sem força na direção do gol, não espero nem isso de Thalles. E todos ao Maraca.

O Vasco, a imprensa e um blog no meio

Vassalo de nobrezas perdidas, a valorizar vitrais e troféus por bom comportamento, entregues por príncipes em nome da fidalguia, o Flum...